sexta-feira, 6 de maio de 2011

Palavras e Melancolia

Campbell, em vários de seus livros, fala dos grandes autores que moldaram a sua vida, que lhe forneceram os exemplos pelos quais poderia viver, pois nosso mundo carece desses símbolos vivos e torna-se tarefa do poeta fornecer esses modelos. Os gostos de Campbell em muito moldaram as minhas próprias leituras, mas somente hoje compreendi a dimensão do que ele falou tantas vezes. Ontem estava bastante triste, e nada parecia me oferecer qualquer conforto, quando vi um dos livros de Joyce que me foi “sugerido” por Campbell, e ali finalmente encontrei o conforto que buscava. Minha melancolia não me abandonou hoje, por isso continuei lendo e finalmente compreendi o sentido das palavras de Campbell, pois o sentindo profundo das palavras do jovem Stephen Dedalus tocou alguma corda esquecida em minha alma e me deu alento para além daquilo que buscava. Todo o anseio de Dedalus se resume a busca pela liberdade, pelas palavras que irão expressar sua alma de maneira única, e a esse fim ele devota sua existência. Essas palavras que me trouxeram alento e inspiração em um dia cinzento onde meu coração pesaroso insiste em bater no meu peito eu reproduzo aqui. Espero ter a mesma coragem do jovem Stephen, assim como o próprio Joyce demonstrou essa coragem e conseguiu exprimir a si mesmo, a sua alma em palavras e com isso deu forma e expressão a toda uma geração. Longe de mim ambicionar tanto, mas espero encontrar ao menos a liberdade:

– Look here, Cranly, He Said, You have asked me what I would do and what I would do not. I will tell you what I will do and What I will do not. I will not serve that in which I no longer believe, whether it call itself home, my fatherland or my church: and I will try to express myself in some mode of life or art as freely as I can and as Wholly as I can, using for my defence the only arms I allow myself to use, silence, exile and cunning.

(…)

– You made me confess the fears that I have. But I will tell you also what I do not fear. I do not fear to be alone or to be spurned for another or to leave whatever I have to leave. And I am not afraid to make a mistake, even a great mistake, a lifelong mistake and perhaps as long as eternity too.

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